Sábado, 12 de julho de 2025, há exatos 449 dias para as eleições de 2026, Cajazeiras, no alto sertão da Paraíba, foi o cenário do encontro entre Adriano Cezar Galdino de Araújo e Cícero de Lucena Filho. Ambos são pré-candidatos ao Governo do Estado da Paraíba, em tese, postulantes antagônicos ao mesmo cargo, mas, na prática, aliados por um alvo em comum: o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, tutor político do atual vice-governador Lucas Ribeiro, este último também pré-candidato ao Governo do Estado.
Adriano e Cícero se encontraram durante uma entrevista concedida à TV Diário do Sertão. O clima nos bastidores? Amistoso e de mesma linguagem. Tanto o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba quanto o prefeito da Capital sabem o que está em jogo em 2026, e estão dispostos a garantir que a decisão sobre o futuro da Paraíba fique nas mãos da sociedade paraibana.

Para Adriano Galdino, a chegada de Lucas Ribeiro à cadeira de governador colocaria em risco sua liderança à frente da Assembleia Legislativa. Isso porque ele já não pode mais ser candidato à presidência da Casa no próximo biênio, após decisão pacificada pelo Supremo Tribunal Federal sobre reeleições nas casas legislativas. Ainda assim, Adriano é o principal nome para conduzir o processo eleitoral da Casa Epitácio Pessoa, e sabe que poderá enfrentar dificuldades para emplacar seu sucessor caso Aguinaldo Ribeiro conquiste a cadeira, até hoje jamais ocupada por um dos seus ascendentes, por meio de seu sobrinho Lucas. O corajoso presidente da Assembleia sabe que perderá prestígio e será, aos poucos, escanteado pelo clã Ribeiro, por sempre ter confrontado os interesses da referida família.
Já Cícero entende que política é feita de momento e oportunidade, e um momento como o atual pode não se repetir. Ele está no exercício de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de João Pessoa desde seu retorno à vida pública, comanda o maior colégio eleitoral da Paraíba e é apontado pelas pesquisas de opinião como o principal nome para o Palácio da Redenção em 2026, com larga vantagem sobre o segundo colocado. Ciente disso, acelera o passo pelas mesorregiões do estado, levando consigo seus bonés e os famosos “bonequinhos do Caboquinho”, uma verdadeira febre entre as crianças.
Em 2022, Cícero abriu mão da indicação de um familiar seu para compor a chapa majoritária em prol da união do grupo. Na ocasião, Lucas Ribeiro foi alçado à condição de vice-governador por sugestão do próprio Cícero. Agora, o Caboquinho espera que, assim como fez em 1994 quando, mesmo estando no governo, não foi candidato (até por não existir reeleição à época), a família Ribeiro retribua o gesto de 2022.
Ao final, Cícero e Adriano convergem em um ponto: defendem critérios objetivos para a escolha do candidato do grupo, sendo a pesquisa eleitoral o denominador comum nas listas de ambos, por confiarem na decisão da maioria dos paraibanos e paraibanas e por confiarem um no outro.