Diante das últimas falas dos principais agentes políticos do Partido Liberal na Paraíba, o partido do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ficou constatado que o partido embarca mais uma vez em uma aventura ingrata, isso porque a legenda, mais uma vez, lançará nomes para a disputa majoritária em 2026. Até existiu um encontro em dezembro de 2024 entre os líderes das oposições paraibanas, dando a alguns a esperança de união das oposiões para que, enfim, pudessem caminhar juntas no processo eleitoral do ano que vem.
No entanto, as primeiras declarações dadas pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, que inclusive foi o candidato do presidente Lula a governador da Paraíba na última eleição, foram um balde de água fria nas tratativas de unificação dos grupos. Depois disso, as mais recentes declarações do já presidente do PL no estado da Paraíba, o ex-ministro da Saúde, Dr. Marcelo Queiroga, bem como as do deputado federal do partido, Cabo Gilberto Silva, indicam que o PL irá mesmo dispor de nomes para o processo eleitoral de 2026, mas, sendo pragmático, quais as chances da legenda na disputa majoritária?

Bem, pragmaticamente, elas são inexistentes, em um estado onde o presidente Lula conquistou 66% do eleitorado na última eleição, tendo ainda vencido em todos os 223 municípios do estado, reflete-se o quão complexo é pregar em uma cartilha completamente antagônica à escolhida pela mastodôntica massa do eleitorado paraibano; a única razão lógica e racional para o PL dispor de candidaturas majoritárias é dar palanque ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ou ao seu eventual candidato na disputa pela presidência, tendo em vista que, do ponto de vista eleitoral, a probabilidade de êxito de uma candidatura majoritária é ínfima.
O fato é que, além de a Paraíba ser um tradicional reduto eleitoral da esquerda brasileira nas últimas décadas, o PL vem acumulando na Paraíba uma série de erros grotescos em suas escolhas e conduções nos processos eleitorais, a começar por 2024, quando, nas eleições municipais de João Pessoa, o então ex-candidato do PL a governador na eleição de 2022, Nilvan Ferreira, foi praticamente expurgado da disputa e do partido, sendo substituído pelo ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mesmo Nilvan tendo sido o candidato a governador mais votado na capital João Pessoa dois anos antes. Outro tiro no pé foi a substituição do comando da legenda no estado, tendo o partido praticamente expulsado o deputado federal Wellington Roberto, comandante de algumas eleições da legenda no estado, dos quadros do partido, entregando o partido a Marcelo Queiroga.
Além de não ser fácil, a missão do PL na Paraíba é bem difícil e, a julgar pelas brigas internas que mais dividem e segregam do que unem e multiplicam, eu diria que a missão do PL na Paraíba, para além de difícil, é bem ingrata.